sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Cinco mulheres, muitos direitos.



1885
Chiquinha Gonzaga
Ela foi a primeira mulher do Brasil a estar à frente de uma orquestra. No ano de 1885, a compositora e pianista Chiquinha Gonzaga estreou como maestrina. Precursora do chorinho, Chiquinha compôs mais de duas mil canções populares, entre elas, a primeira marcha carnavalesca do País – “Ô Abre Alas”. Ela escreveu ainda 77 peças teatrais. Além da música, Chiquinha participava ativamente do movimento pela libertação dos escravos. Vendia de porta em porta suas partituras, a fim de angariar fundos para a causa.


1928
Alzira Soriano de Souza
O governador do Rio Grande do Norte, Juvenal Lamartine, conseguiu, em 1928, uma alteração na lei eleitoral dando o direito de voto às mulheres. Elas foram às ruas pela primeira vez, mas seus votos foram anulados. O mesmo ano foi marcante também por outro motivo: Alzira Soriano de Souza foi eleita prefeita de Lajes (RN), pelo Partido Republicano. Ela não só entrou para a história do Brasil, como da América Latina, como a primeira mulher escolhida para ocupar um cargo eletivo. Alzira, no entanto, não chegou a terminar o seu mandato e administrou o município até 1930.


1932
Maria Lenk
No mesmo ano em que Getúlio Vargas promulgou o novo Código Eleitoral, garantindo finalmente o direito de voto às mulheres, a nadadora brasileira Maria Lenk, de 17 anos, embarcou para Los Angeles. Ela foi a primeira atleta sul-americana a participar dos Jogos Olímpicos. Como se não bastasse, Maria fez parte da primeira turma feminina formada em Educação Física no País, em 1938. Mas precisou esconder do noivo sua paixão pela natação. “Os homens não gostavam de atletas. Se ele soubesse que eu nadava, não casava”, confessou certa vez, numa entrevista.


1952
Georgina de Albuquerque
Ela foi uma das precursoras da participação das mulheres nas artes plásticas no Brasil. Georgina rompeu com o academicismo após uma viagem à França, em 1906, e em 1952 tornou-se a primeira mulher a dirigir a Escola Nacional de Belas Artes, onde as mulheres só puderam entrar a partir de 1879. Em suas pinturas, Georgina tem como parâmetro o impressionismo e suas derivações. Ela obteve menção honrosa no Salão Nacional de Belas Artes de 1909 por seu quadro “Supremo Amor” e, a partir daí, seu talento foi reconhecido no cenário artístico nacional.



1996
Nélida Piñon
Membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) desde 1990, a escritora Nélida Piñon foi a primeira brasileira a ocupar a presidência da instituição. Em sua gestão, que durou até 1997, iniciou-se o processo de informatização da ABL, foi criado e implantado o Centro de Memória, e as portas da instituição foram abertas para visitação pública. Nélida publicou seu primeiro romance em 1961, tem mais de uma dezena de livros publicados e numerosos prêmios no Brasil e no exterior. Ela abriu caminho para que outra mulher assumisse também a presidência da casa – em 2011, a escritora Ana Maria Machado foi eleita por unanimidade e hoje está à frente da instituição.

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